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Pesquisa feita na Escola do Futuro da USP, mostra o Orkut como nova forma de relacionamento entre adolescentes

A pesquisadora Cacau Freire, da Escola do Futuro da USP, realizou uma pesquisa com usuários do Acessa São Paulo – programa de inclusão digital do estado de SP, sobre sites de relacionamentos como Orkut.  A pesquisa mostra que cada vez mais os adolescentes preferem se comunicar via redes sociais como Orkut, Facebook, Twitter

Pra esses adolescentes eles não vêem problemas nessa grande exposição pessoal e a criação de vários perfis pessoais com objetivos diferentes como um perfil pra namorar outro pra emprego, outro para pais e amigos, etc… Eu hein múltiplas faces, você acredita em perfis de Orkut??!   Via Agência USP de Notícias.

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Rede social determina novas formas de relacionamento e aprendizado
Nilbberth Silva – nilbberth.silva@usp.br
Uma pesquisa do Acessa São Paulo – programa de inclusão digital do estado – indicou que usuários estão se comunicando mais através de sites de relacionamento do que de e-mails. A descoberta, de 2007, impulsionou uma pesquisa sobre o perfil e o comportamento de adultos e adolescentes em redes sociais. A investigação foi feita na cidade de São Paulo e em Bragança Paulista, no interior do estado, pela Escola do Futuro, núcleo de pesquisas da USP.

“Redes sociais são sites de relacionamento com um perfil, onde todos podem ver os amigos dos amigos. O seu uso pelos adolescentes determina modo deles se relacionarem com as pessoas e há uma produção cultural totalmente nova nascendo aí”, resume a coordenadora do Observatório da Cultura Digital e responsável pela pesquisa, Cacau Freire.

A pesquisa foi feita por intermédio de conversas com grupos de adolescentes de 15 a 19 anos e adultos de 30 a 39 anos que acessavam o site de relacionamentos Orkut nos computadores do Acessa São Paulo.

Os adolescentes entrevistados revelaram posições fortes sobre o que acreditam, e contaram que criam muitos perfis nas redes de relacionamento. Disseram também não ter problemas em fazer várias coisas ao mesmo tempo. “Muitos deles gostam de estudar ouvindo música e não estudam em casa por ser muito quieto. Eles criam perfis diferentes para procurar empregos, namorar, conversar com os pais e os amigos”, conta a pesquisadora.

Quando perguntados se essa era uma atitude desonesta, os adolescentes disseram que as pessoas também assumem vários perfis na vida real, dependendo da situação, e isso é normal. “Eles não tiveram problemas para dizer que a vida não é um livro aberto”.

Os adultos entrevistados desconfiavam da rede e a associam com fraude e engano. A maioria deles tinha apenas um perfil no Orkut, com informações verdadeiras e contatos confiáveis. Para eles, os computadores do Acessa São Paulo não devem ser um local de diversão. Assim, ficaram constrangidos em dizer nos grupos de discussão que navegavam em sites de relacionamento.

Para Cacau, adolescentes se comunicam mais através de redes sociais porque gostam de se ver na mensagem e também porque elas são mais fáceis de utilizar do que os e-mails. “Para eles, não é um fator crítico se expor”, diz.

Aprendizado
Os jovens envolvidos no estudo têm o hábito de pesquisar, sabem que terão que aprender por toda a vida e não enxergam a escola como o único meio para adquirir conhecimentos. “Eles aceitam a figura dos professores, mas aprendem com seus iguais, nos fóruns de discussão, nos sites de relacionamento. Para eles, a escola serve apenas como um meio para obter um diploma, o caminho oficial a seguir”, diz Cacau. “Esses estudantes trazem informações e argumentação para a escola; têm mais tempo para pesquisar que os professores, cujo papel talvez seja orientar a discussão”, completa.

O aprendizado em listas de discussão não divide temas em disciplinas específicas. “Os jovens estudam tudo ao mesmo tempo nas redes sociais”, explica a coordenadora. Eles também têm mais facilidade para mudar de opiniões e aceitar que estão errados. “Os adultos têm mais dificuldade de aprender, principalmente através de novas tecnologias, e mudar. As construções de conhecimento deles são mais profundas. Os adolescentes nasceram numa época de explosão de informações. Por isso, estão acostumados a aprender de uma forma muito tranquila”, observa.

A pesquisa foi feita pelo Núcleo de Pesquisa das Novas Tecnologias de Comunicação Aplicadas à Educação, da Escola do Futuro e assinada por Brasilina Passarelli, Drica Guzzi, Hernani Dimantas e Juliana Kiyomoura.

Mais informações: (11) 3091 4716, email: freire.cacau@gmail.com

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